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Encomendar a própria morte foi o meio estranho que a advogada Giovana Mathias encontrou de finalmente ser feliz. Em carta deixada para família ela é explícita em afirmar que morrer era o grande desejo do seu coração, pois entendia que assim seria feliz. Por não ter a felicidade que achava que merecia, a advogada de 35 anos, decidiu ignorar a tudo e a todos, usando a fuga da morte para se livrar do fardo da vida.

Tudo foi friamente calculado. Ela mesma definiu as estratégias e todos os passos da sua morte. Fez contato com o matador, Wellington, um ex-presidiário, fechando o negócio em 20 mil reais. No dia acertado, Giovana encontrou-se com Wellington para reiterar que queria dois tiros na cabeça, a fim de não ter chance de sobreviver. Deu dinheiro para comprar a gasolina com que ela mesma iria incendiar seu carro, pouco antes da morte. Tomou o cuidado de se confessar com um frade, e por volta das 23 horas se dirigiu para o local ermo onde seria executada. Ali, quando recebeu o envelope com o dinheiro, Wellington e seu comparsa sairam correndo, mas Giovana o ameçou afirmando que sabia onde ele morava e poderia acabar com sua vida. Ela avançou sobre eles a fim de tomar o revólver a fim de matar os dois homens e depois se matar. Nesse momento, Wellington se apressou, desferiu três tiros na cabeça e deixou o corpo no matagal ao lado do carro incendiado.

A breve vida de Giovana Mathias foi cheia de decepções, desde o momento em que descobriu que era adotada. Essa angústia dominou a sua vida e lhe fez uma pessoa dominada pela depressão. Nunca quis filhos, pois se achava incapaz de cuidar deles. Segundo relato do marido, sua amargura não era somente contra as pessoas, mas contra Deus, que não lhe permitiu passar no teste físico, após aprovação na avaliação escrita do concurso da polícia. Quando recebeu o resultado negativo, quebrou todas as imagens religiosas, tentou se matar com uma overdose de medicamentos e sentenciou: "Não acredito mais em Deus".

A família e os amigos relatam alguns motivos do desespero de Giovana, mas a razão final foi amor a si mesma. Parece contraditório, mas a morte foi o meio que encontrou para se livrar da dor. No final, a mensagem da advogada é esta: "Eu tenho bastante amor próprio para não admitir aquilo que me causa sofrimento. Eu quero a minha merecida felicidade, eu quero alívio de todo peso existencial, eu vou morrer para satisfazer o meu desejo". Eis a clara mensagem que se pode concluir na carta de despedida que Giovana escreveu de próprio punho.

Quando a vida é vivida na base dos méritos, perto estamos da morte. Que méritos podemos reivindicar, se até a própria vida é uma expressão da graça de Deus? Quando o meu amor próprio está acima de todas as coisas, pouco me importa se Deus tem um plano na minha dor, ou se eu posso, como minha vida, servir de consolo às pessoas que sofrem mais do que eu.

Essa triste história nos lembra quão importante é o primeiro mandamento: "E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento" (Mt. 22:37). No que concerne ao sofrimento, não podemos negar que certas experiências são deveras dolorosas. Mas nenhuma delas é insuportável quando amamos a Deus de todo coração e nos contentamos com Seus propósitos, afinal, "a sua graça é melhor do que a vida".

Autor: Pr. Jenuan Lira
Pastor da Igreja Bíblica Batista do Planalto
Fortaleza/CE Print or Generate PDF

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